16/11/2018

RESENHA: Um Acordo e Nada Mais - Mary Balogh

Um Acordo e Nada Mais (Clube dos Sobreviventes #2)
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Edição: 1
Ano: 2018
Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado.
No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento.
Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los.
No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida.
Essa resenha não possui spoilers.

Vincent Hunt foi a guerra e infelizmente acabou perdendo sua visão no campo de batalha, após voltar pra casa assumindo o posto de Visconde Darleigh. Ele é um dos membros do Clube de Sobreviventes, que é um clube voltado para sobreviventes da guerra e que tenham de lidar com algum trauma/medo/receio causado pela guerra. Ele só quer um jeito de ter sua independência novamente, mas a sua mãe e suas irmãs tentam protegê-lo de tudo e de todas as formas. Ele foge disso e acaba indo para a casa onde cresceu.

Sophia Fry é uma moça com uma história muito sofrida, se intitula como Ratinha - sempre esquecida, escondida -, sua mãe a abandonara, o pai era amoroso, porém viciado em jogos e adorava aprontar com mulheres casadas e por conta disso, após um duelo, é morto. Depois de passar por algumas casas, vai morar com uma tia justamente onde o Vincent cresceu.

Os tios da Sophia querem casar sua filha Henrietta com um cara rico e poderoso, só que sua prima tem uma resistência quanto a isso, porque ela não quer se envolver com um cego (é, ela é bem escrota). E quando o Vincent chega na cidade, com o título de visconde, veem ali uma oportunidade de realizar esse casamento. Em um baile, Henrietta, leva-o para os jardins (como ele não está acostumado com o local, não se dá conta de quão longe e indecoroso isso poderia parecer) e a Sophia age pra ajudá-lo. E como consequência dessa ajuda, os tios da Sophia a expulsam de casa só com o dinheiro da passagem. Se sentido culpado o nosso mocinho resolve ajudá-la, mas quando vê, já está pedindo-na em casamento. Um acordo é fechado, onde um irão ajudar ao outro. Ela teria uma estabilidade e ele sua independência.
“– Srta. Fry, me daria a grande honra de se casar comigo? Daria a nós dois a chance de realizar nossos sonhos?”
Um Acordo e Nada Mais nos trás uma história super gostosa de ser lida, os personagens são incríveis. Vincent é um mocinho muito amor, fofo, lindo, gentil, humilde e que tenta não deixar a deficiência definir quem é, ele é mais. Já a Sophia sofreu muito com as perdas e já nem consegue se visualizar como uma mulher bonita, além disso ela é simpática, meiga, gentil, bondosa. O que mais gostei nessa história é que eles vão aprendendo aos poucos sobre eles mesmos, encontrando um no outro a força pra lidar com as coisas que aconteceram.

A relação dos dois foi bem gradativa, apesar do casamento ter acontecido muito rápido. Primeiro foi a afeição, depois a amizade, o desejo e aí sim, o amor. Uma das coisas que o Vincent proporcionou a Sophia foi apresentá-la aos seus amigos, que consequentemente se tornou amigos dela também, assim como a família unida e feliz - algo que ela nunca teve.
“Sou fraca demais, frágil demais. Nas nossas fraquezas, talvez possamos encontrar forças.”
Essa obra me cativou muito, são raros os livros que colocam pessoas deficientes como protagonistas e principalmente sem colocá-las como coitadinhas, o que a gente bem sabe que não são. O protagonista tem suas dificuldades e momentos de puro pânico por isso, mas ele não é menos forte, na verdade é oposto, nós vemos a força e determinação do personagem e adorei isso. Com a ajuda da Sophia eles criam meios de deixar tudo mais acessível para ele e mostrar isso ao leitor é tão incrível, nos trás uma reflexão e uma lição tão bacana. Mas as lições não ficam só com Vincent, mas a própria Sophia que passou maus momentos se permitindo recomeçar, reaprender e se visualizar como uma mulher bonita que é.

A única coisa que me incomodou um pouco foi que eles ficavam receosos sobre acordo que fizeram e isso ficava afligindo eles em relação ao futuro do casamento. O que poderia ter sido evitado com uma simples conversa quando se deram conta que era muito mais que um simples acordo, mas isso ficou como uma nuvem nebulosa na cabeça dos personagens por um tempinho. Mas claro que não tira a magia da história.
“Às vezes, é preciso esforço e determinação para não se deixar simplesmente levar pela vida, sem mudar. A mudança tinha chegado e ela tinha a chance de mudar - ou não.”
Nesse segundo livro do Clube dos Sobreviventes somos apresentados a uma história linda, fluida, comovente e apaixonante. Mary Balogh criou personagens ótimos, reais e cativantes, onde os seus protagonistas nos mostra muito sobre companheirismo, amizade, amor, independência. Tem um romance fofo, que você fica torcendo já nas primeiras páginas. Super recomendo!


12 comentários

  1. Oi, Kamilla!
    Eu só estou enrolando para começar a ler essa série. Só que quero ler na ordem, então primeiro quero ler os Bedwyns.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  2. Achei bem interessante ter um personagem cego na história. Não lembro de ter lido algum romance do tipo com personagem assim. Talvez já tenha lido, mas é bem raro mesmo. E é bom que não tenha isso do coitadinho da história, que o homem não se defina por isso. Os dois tem histórias difíceis e achei bem bonito isso de fazerem um acordo pra se ajudar assim, que um apoie o outro. Um romance surgindo é uma graça e pela história deles só espero que sejam felizes viu porque olha...
    Adoraria ler essa história. Parece bem bonita.

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  3. Essa série não consegue me chamar atenção. Eu acho legal a ideia do Clube dos sobreviventes, mas parece que esse não é o foco dos livros.
    E esse segundo volume, pelas resenhas, parece ser melhor do que o 1°.
    Legal ter essa inclusão.

    Beijos

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  4. Olá. Eu comecei Uma Proposta E Nada Mais mas acabei abandonando na metade do caminho. Não porque era ruim, mas porque não era meu momento para leitura. Contudo, pretendo dar nova chance a série. Gostei bastante da proposta desse livro. Acho que ele vai me atrair mais o que primeiro. Beijos.

    Blog: Fantástica Ficção

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  5. Olá, em meio a tantos romances de época com plots semelhantes, Balogh chama atenção pela caracterização muito bem feita dos protagonista, fato que por si só torna a história interessante, mesmo que nada de original quanto ao gênero seja entregue. Gosto quando o passado dos personagens tem relação direta com suas características, e isso parece ser bem marcante aqui. Beijos.

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  6. Oi Kamilla,
    Quero muito ler esse livro.
    Apesar de amar mocinhos que são mais “soltas”, gosto de romances mornos, em que o desenvolvimento da “paixão” é maior…
    Nunca li nada que tivesse um personagem cego – não que me lembre – menos ainda o protagonista, e acho tão legal que a autora tenha se preocupado com isso, com a diversidade em suas histórias, só me deixa mais curiosa pelo livro.
    Em um geral, achei o romance mais tranquilo, mais morno se comparado ao primeiro livro, mas é uma característica que eu gosto!
    Beijos

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  7. Oi, Kamilla
    Não li os livros dessa série, mas pelas resenhas gostei mais do segundo.
    Gostei que a autora não trouxe um protagonista coitadinho e sim um homem forte, buscando sua independência.
    A partir de um acordo casam, são amigos e depois se apaixonam deve ser uma leitura maravilhosa.
    Beijos

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  8. Parece ser uma historia muito fofa, ainda não li nenhum livro com um protagonista cego e fiquei curiosa pra ler. Gostei pois o romance dos dois vai surgindo aos poucos sem pressa, assim fica mais envolvente. Os personagens parecem que nos conquistam com facilidade, mostram que são como a gente. Ainda não conheço a escrita dessa autora, embora seus livros sejam bem elogiados.

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  9. Esse livro parece ser muito fofo ele foge de muito padrão nos livros ver o mocinho cego em um romance de época é algo que eu não esperava porém Fico feliz que tenha acontecido pretendo ler esse livro logo e comprar ele na Black Friday

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  10. Oi Kamilla,
    De todas as propostas de romances de época a desta série é a mais interessante, pois a autora explora o drama e consequências da guerra de uma forma muito cativante. Vicent me parece ser um personagem muito querido e sua condição é algo novo para ser explorado neste tipo de história. Consigo entender porque ele quer ser independente, afinal de contas ele ainda é capaz de se cuidar, mas consigo entender o lado de sua família também. Já Sophia sofre o oposto, pois não tem uma família amorosa que queira seu bem. O arranjo entre eles me parece sensato, mesmo que inicialmente seja algo que surja por causa de uma culpa que não é do mocinho. Essa é uma história que promete muito crescimento tanto dos personagens quando do próprio enredo. Vicent vai descobrir que é possível ser independente e ainda assim, contar com o apoio e ajuda de alguém. No momento estou lendo Uma Proposta e Nada Mais e está sendo meu primeiro contato com a autora, mas já posso afirmar que fui cativada por sua escrita e não vejo a hora de ler mais de suas obras.

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  11. Olá! Realmente esse livro é maravilhoso, é um dos meus favoritos da Mary Balogh, e com certeza o preferido dessa série, até agora, uma história de amor doce sobre duas pessoas tentando encontrar um novo caminho em suas vidas, Sophia é uma personagem incrível, e Vincent é um doce, confesso que fiquei muito emocionada com tudo o que ele passa, e sofri junto com ele todas as suas angústias, ele é realmente muito corajoso.

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  12. Kamilla!
    Não tive oportunidade de ler nenhum dos livros dessa série, mas amo romances bem escritos, ainda mais sendo de época.
    Bom ver que as personagens estão em sintonia e querem apenas ser quem são, sem ter de colocar máscaras e querem viver suas vidas, gostei.
    “Felizes são os que ajudam os pobres, pois o Senhor Deus os ajudará quando estiverem em dificuldades.” (Bíblia)
    cheirinhos
    Rudy

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